Por Dara Silva
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil se reúne a cada 45 dias para definir a Selic, a taxa básica de juros da economia. Nas duas últimas reuniões, realizadas em 11 de dezembro e 29 de janeiro, a taxa foi elevada para 12,25% e, em seguida, para 13,25% ao ano, representando os maiores aumentos dos últimos 34 meses. Diante das expectativas de alta da inflação e da depreciação do câmbio, as decisões têm sido unânimes entre os membros do Comitê, indicando uma tendência de novos aumentos em 2025.
Com a meta de inflação estabelecida em 3% ao ano, e considerando que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulou 4,83% em 2024, existem riscos de desestabilização econômica, o que pode impactar negativamente a atração de investimentos e o crescimento econômico do país.
Nesse cenário, é crucial monitorar atentamente as posições de endividamento. Empréstimos e financiamentos com taxas de juros atreladas à Selic devem ser reavaliados e, se necessário, renegociados com as instituições financeiras para assegurar condições mais adequadas, como a adoção de outros indexadores (IPCA ou INPC) ou a mudança para taxas pré-fixadas.
Além disso, é importante avaliar o uso de recursos próprios, atualmente alocados em aplicações financeiras atreladas ao CDI ou outros ativos, em vez de optar por financiamentos com taxas de juros pós-fixadas. Esse processo exige uma análise detalhada dos prós e contras para uma boa tomada de decisão.
Como destacou o renomado economista Celso Furtado, “a inflação é sempre antissocial” e, neste caso, a solução é amarga: taxas de juros elevadas.